terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

ANTIGAMENTE

Carlos Drummond de Andrade


                   
 
ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passasse a manta e azulava, dando às de vila-Diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de altéia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água.
HAVIA OS QUE tomaram chá em criança, e, ao visitarem família da maior consideração, sabiam cuspir dentro da escarradeira. Se mandavam seus respeitos a alguém, o portador garantia-lhes: “Farei presente.” Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu, exclamando: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”, ao que o Reverendíssimo correspondia: “Para sempre seja louvado.” E os eruditos, se alguém espirrava — sinal de defluxo — eram impelidos a exortar: “Dominus tecum”. Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso metiam a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam, quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era ardiloso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas tetéias.
ANTIGAMENTE, certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios; outros eram pegados com a boca na botija, contavam tudo tintim por tintim e iam comer o pão que o diabo amassou, lá onde Judas perdeu as botas. Uns raros amarravam cachorro com lingüiça. E alguns ouviam cantar o galo, mas não sabiam onde. As famílias faziam sortimento na venda, tinham conta no carniceiro e arrematavam qualquer quitanda que passasse à porta, desde que o moleque do tabuleiro, quase sempre um cabrito, não tivesse catinga. Acolhiam com satisfação a visita do cometa, que, andando por ceca e meca, trazia novidades de baixo, ou seja, da Corte do Rio de Janeiro. Ele vinha dar dois dedos de prosa e deixar de presente ao dono da casa um canivete roscofe. As donzelas punham carmim e chegavam à sacada para vê-lo apear do macho faceiro. Infelizmente, alguns eram mais do que velhacos: eram grandessíssimos tratantes.
ACONTECIA o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtysica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma, a casimira tinha de ser superior e mesmo X.P.T.O. London, não havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.
MAS TUDO ISSO era antigamente, isto é, outrora.
http://www.ilona.com.br/anosdourados.gif

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Uma verdade contestável...



Nas últimas semanas tenho  meditado muito uma “verdade”inserida em textos que sempre recebo em forma de e-mails ou vejo em livros de auto ajuda ou mensagens de Orkut,etc..
Geralmente o testo é bonito,as vezes vem em Power point,uma beleza :”SOMOS O RESULTADO DO QUE PLANTAMOS.VIVEMOS HOJE A DOR QUE CAUSAMOS ONTEM,E ,SE VOCÊ NÃO GOSTA DO QUE ESTÁ COLHENDO,OLHE O QUE   PLANTOU”,e coisas mais ou menos assim.Mas esses textos sempre me incomodaram muito.Não acredito que isso seja uma verdade absoluta.Leiam o livro de Jó,na Bíblia.Vejam ou leiam sobre pessoas que sofrem horrores sem nunca terem feito nada de exatamente mau a ninguém.
E,sem exemplos de reencarnação porque francamente não acredito que Deus puniria seu filho depois que passou seu erro.A punição  é algo que ,sempre imaginei e acreditei os pais impõem a seus filhos pelo seu proceder no momento exato em que sabem do que o filho aprontou.
Ser punido por um ato que cometemos em outra vida seria como se pela manhã seu filho maiorzinho espancasse o menor mas você não o castigasse naquele momento,alegando que mais tarde ele estaria pronto para aprender e então,quando o coitado,estivesse tranquilamente brincando você chega e lhe   enche de palmadas.Ah e tem mais!Não diz porque está batendo,ele deverá se concentrar e entender que está passando pelo que fez o outro passar.Convenhamos,você faria isso? Então porque Deus, um Pai infinitamente bom faria?
Meditei muito isso principalmente nos últimos dias porque tenho sentido muita dor nas pernas e incapacidade de andar sem o andador.Com o andador já é um suplício, e se ele nem pensar.até o nome me dá arrepios ANDA DOR. Parece aquele que carrega sua dor.Ou anda com dor...Acho até que valeria a pena da uma  estudada na semantização das palavras que deve ter uma lógica atrás desse andador.
Tenho verdadeiro pavor do meu, e olha que ele  é de alumínio,bem leve e om rodinhas  para ficar mais cômodo. Se isso fosse possível,claro.Vou deixá-lo quieto aqui ao lado de minha cadeira enquanto continuamos nossa pesquisa do porque das dores e aflições.
Tivemos uma empregada que usava uns termos bastante peculiares mas que pode descrever o que penso nesse momento.Uma expressão que ela usava muito era “dona Terezinha,eu tenho passado da banda  ruim”.Eu achava graça,mas agora penso ,banda ruim,lado ruim,o que ninguém quer passar.
Ah dona Idê,como a senhora era sábia!Esses dias tem sido como a senhora dizia: tenho passado da banda ruim...e não tenho gostado não viu.
Ai me vejo lendo os tais textos sobre culpa,perdão ,etc.Se lhe fiz algum mal minha amiga,meu amigo,peço perdão,porque quero ter   paz e não sentir dor.Fico pensando quem eu poderia ter magoado e peço perdão e perdoo também mas não consigo ver até onde isso me tira a dor que é física e muitooooooo ruim.
Semana passada fiz exame pesquisando a causa da dor e inchação nas pernas( mais uma vez ).
Ainda não mostrei a minha Neurologista,isso será feito só na próxima semana porque ela está viajando.Mas dei uma lida lá e diz o laudo mais ou menos que tenho uma neuropatia periférica talvez devido ao diabete.Pode ser   também devido a medicação de Parkinson(ótimo ) . O que pode ser mais?
Tenho também hérnia de disco lombar e tudo isso causa a tal dor e inchaço.
Agora amigos me digam o que fazer porque não sei .So não me falem que planei isso porque se o fiz vou lá e arranco com raiz e tudo e assim quem sabe,fico curada da dor.
Creio que chega né? Já falei muito de dor , o que não gosto.
Amanhã falo de alegria ta?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Há um Milagre Chamado Amizade

                          criancastop
Passeando pela internet encontrei esse texto que gostei pela mensagem simples e atual que  tem.
Zé estava voltando para casa, vindo da escola,
um dia, quando ele percebeu que o garoto
andando na frente dele tinha tropeçado
e deixado cair todos os livros que ele estava carregando,
uma bola de futebol e um pequeno radinho.
Zé ajoelhou-se ajudou o garoto a pegar
os seus objetos que estavam esparramados pelo chão.
Já que eles estavam indo na mesma direção,
Zé ajudou a carregar um pouco os objetos.
Enquanto eles caminhavam,
Zé descobriu que o nome do garoto era Toinho,
que ele adorava vídeo game, futebol e história,
que ele estava tendo muita dificuldade com as outras matérias,
e que ele tinha acabado de terminar com sua namorada.
Eles chegaram à casa de Toinho primeiro
e Zé foi convidado a entrar para tomar um suco
e assistir um pouco de televisão.
A tarde passou agradavelmente com algumas risadas
e um papinho de vez em quando,
até que Zé decidiu ir para casa.
Eles continuaram a se encontrar na escola,
almoçavam juntos de vez em quando,
até que ambos se formaram no primeiro colegial.
Eles ficaram na mesma escola,
onde eles continuaram amigos ao passar dos anos.
Finalmente, o tão esperado ano do terceiro colegial chegou,
e 3 semanas antes da formatura,
Toinho pediu para Zé se eles poderiam conversar um pouco.
Toinho lembrou Zé do dia, anos atrás,
quando eles se conheceram.
Toinho perguntou:
- Você nunca se perguntou porque eu estava
carregando tantas coisas para a minha casa naquela dia?
Eu estava limpando o meu armário na escola
porque eu não queria deixá-lo uma bagunça para
a próxima pessoa que o fosse usar.
Naquele dia, eu tinha escondido alguns dos calmantes
da minha mãe e estava indo para minha casa para cometer suicídio.
Mas, depois de termos passado aquele dia juntos,
conversando e rindo, eu percebi que se eu tivesse me matado,
eu teria perdido aquele momento
e tantos outros que estariam por vir.
Então, você está vendo Zé,
que quando você me ajudou a pegar aqueles livros do chão aquele dia,
você fez muito mais do que somente me ajudar.
Você salvou a minha vida....
Cada pequeno "oi", cada pequeno sorriso,
cada pequena ajuda é capaz de salvar um coração machucado.
Mande essa mensagem para seus amigos.
Com essa mensagem também vem a mensagem,
da pessoa que o mandou, dizendo que VOCÊ é especial.
Há um milagre chamado "Amizade".
Você não sabe como ela aconteceu ou quando começou,
mas você sabe a alegria que ela traz
e percebe que a "Amizade" é um dos dons
mais preciosos que o ser humano possui.
Amigos são jóias preciosas, realmente,
e duram até a eternidade.
Eles nos fazem sorrir e nos encorajam para o sucesso.
Eles estão sempre ali para nos ouvir, para nos elogiar,
e estão sempre de corações abertos para nos receber.
http://www.belasmensagens.com.br

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